[SOLUÇÃO] - Estudos e montagem de um kit verão

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Bange
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Mensagem por Bange »

Tive que dar uma saidinha e agora novamente estou aguardando o motor esfriar, então vamos aos nossos comerciais...

Avaliar a precisão do medidor do painel também é necessário, mas o método é muito complicado, caso não se disponha de alguma informação de corrente, tensão, fundo de escala ou impedância (resistência pros íntimos), do componente...

Qualquer medidor analógico (de ponteiro), é por excelência um Galvanômetro (Amperímetro pros íntimos...), sendo que dependendo do que se quer medir, são agregados diversos componentes e confeccionadas diversas escalas de acordo com o que se quer medir...Ohm para resistência, Amperes para corrente, Volt para tensão, RPM para velocidade, etc...

Abaixo um esquema bem simples de um Amperímetro, onde parte da corrente dos circuito é passada pelo Galvanômetro, calibrado em escala própria. A resistência "R", deve ser calculada para que a maior parte da corrente passe por ela e apenas uma pequena pelo medidor... isto simplifica a construção dele, tornando-o mais barato, leve e mais preciso.Agregando-se componentes como fusível, Zeners e VDR's, dá-se prteção ao medidor.

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O medidor do painel é basicamente isso e o fabricante (VDO), fornece dados importantes para se analisar...12V de alimentação, 90° com 93,5Ohm e ainda 120° com 40Ohm.

Isso significa que se vc. colocar uma resistência de 93,5Ohm, o ponteiro deverá marcar exatos 90°, caso contrário o medidor estará com defeito... porém ainda não descobri como eles fazem para o medidor mostrar vagarosamente as variações (mesmo em teste),...pode ser pelo uso de algum componente não linear, mas não vou entrar nesse aspecto, o importante é que como medidor ele seja preciso.

Então, pra o teste do sensor do painel, basta esquentar a água e ler o valo Ohmico do sensor, sendo que quando a água chegar a 90°, sua resistência deverá ser muito próxima a 90°.

Bom, o cardápio agora tem dois pratos:

1 - Sensor do painel
2 - Sensor da ECU

plim! plim!
Bange
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Mensagem por Bange »

...erro....

Onde se lê "...sua resistência deverá ser muito próxima a 90°", leia-se 93,5Ohm.
Bange
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Mensagem por Bange »

É... fiz bem em ter comprado os dois sensores...o do painel tava um pouco fora e só pude comprovar cozinhando ele...mas o medidor do painel bateu cravado em 90°, quando coloquei um resistor de 93,5Ohm no lugar do sensor... e encostou lá no vermelho quando coloquei um de 40Ohm.

Vamos a culinária...

Prato 1 - sensor do painel.
Ingredientes: 1 panela de no mínimo 1l d'água, 1 pedaço de arame de cobre (fio desencapado), 1 termômetro no mínimo para 100°, 1 multiteste, 1 sensor do painel.

Preparo: dobrar o fio de modo a permitir a fixação do sensor na superfície da água, sem que o mesmo fique totalmente imerso, conectar um terminal do multiteste (na função de resistência), ao pino do sensor e o outro ao arame, colocar a ponta de leitura do termômetro na mesma região e nível do sensor dentro da panela, adicionar água na panela até o limite da rosca do sensor, ligar o fogo na economia e observar os medidores de resistência e temperatura...rsrsr

Eu filmei com celular, mas ficou um merdelê...aí capturei umas fotos...
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Sensor velho:
Vejam que quando a temperatura chegou a 90°, a resistência do sensor ainda estava com 109,7Ohm, significando que no painel a leitura ainda não teria chegado aos 90°... conclusão: sensor reprovado.


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Sensor novo:
Vejam que a leituras foram praticamente exatas... conclusão: sensor aprovado.


Prato 2 - sensor da ECU
Ingredientes: Os mesmos do prato 1, acrescido de 1 fonte de 5VDC (fonte de 12V de um laptop + 1 regulador 78L05, para os 5VDC), 1 potenciômetro de 500Ohm.

Preparo: mexer tudo...eeeerrr...programar o potenciômetro para 380Ohm e ligar em série com a fonte de 5V e o sensor, ligar o multiteste na função de tensão ou volt DC e monitorar a tensão em cima do sensor....vamos as fotos que é melhor...

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Só estranho a temperatura ter chegados aos 99°, e o sensor não ter chegado aos 1,45V, que é a tensão que liga a velocidade alta...mas no carro funcionava... seria o erro do sensor do painel? Só montando tudo e confirmando...

Mas taí...a única maneira de comprovar a eficiência do sensor...

Bom apetite a todos...
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José Leal
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Mensagem por José Leal »

Bem legal os testes!

Só tome cuidado, senão
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Bange
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Mensagem por Bange »

:lol: :lol: :lol: já passei por alguns sustos pardalísticos também...he he he...

Bom, como visto nos testes culinários, o sensor novo baixou a temperatura de acionamento do 1º estágio das ventoinhas (95/96°, mas não gostei do 2º >=99°), e voltei a lançar mão do resistor em paralelo, e assim sendo o projeto sofrerá alteração de ordem... o principal será o original (ficou com 93/94° no 1º estágio e 97/98° no segundo - visão painel), e o secundário será o cebolão (x?/100°).

Estou aguardando retornos da Wahler, MTE-Tomson e Delphi sobre as características dos termo interruptores, pois o segundo da Wahler apresentou o mesmo problema do primeiro, ou seja, a peça interna de material plástico também deformou...e em menos tempo... :roll: :roll: :roll:
Bange
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Mensagem por Bange »

Ontem o Sr. Heribaldo, da Wahler, me ligou e após esclarecimentos e explicações...

Eu, mesmo sem ainda abrir o 2º cebolão, estava convicto de que a qualidade do plástico foi também o causador do 2º defeito, mas baseado no que ele me disse "o derretimento do plástico é devido a excesso de corrente no contato", abri o 2° cebolão e o mesmo estava intacto tanto no plástico como no contato e minha análise jogou a culpa no bimetal, me parecendo que ficou travado, não acionando o contato nem com 100°C.

No primeiro defeito do cebolão, comprovei que a causa foi realmente excesso de corrente (e consequente calor na armadura que derreteu o plástico), pois minhas medições de resistência do eletroventilador apontaram 1Ω, o que dá uma corrente de 12A a 14A (dependendo da tensão da bateria), bem superior ao limite de corrente do cebolão, dito por ele <=2A (apesar do contato parecer bem robusto). Mas para o segundo cebolão, devido a inserção do relé auxiliar, a corrente caiu para 130mA a 152mA (dependendo da tensão da bateria), e mesmo o defeito tendo outra origem, comprei um novo cebolão da Wahler, só que agora para 94°/99°, pois o projeto mudou e o kit verão agora será o secundário.

Fotos...

Do local da instalação do cebolão:
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Obs.: o local definitivo do relé não é onde aparece na foto.

Do estrupo dos cebolões:
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Da evolução do projeto:
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Além do novo cebolão e da nova faixa de trabalho, foi acrescentado um LED para supervisão.

Do esquema elétrico:
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Aprendizados obtidos até agora:

1 - Correta instalação de um kit verão (com relé auxiliar cuja corrente de contato seja maior do que a carga que ele acionará)
2 - Como identificar problemas com sensores de temperatura (culinária rs!), e medidor do painel
3 - Identificar a temperatura de trabalho do motor
Aqui cabe uma observação, pois nenhum valor será absoluto devido a vários fatores, sendo o principal deles a não linearidade dos sensores térmicos (NTC), e a não informação das montadoras e nem dos fabricantes, quanto ao tempo de resposta e da possível tolerância dos componentes envolvidos... embora que muitos indiquem valores únicos, haverá sempre um "mais ou menos", este então jamais informado...
4 - Como controlar a temperatura/tensão informada para a ECU ligar a(s) ventoinha(s).
5 - Cuidado com roscas cônicas ou NPT (ex.: sensor do painel), pois quanto mais se aperta, mais veda... mas também mais fáceis de espanar ou quebrar, por não terem um limite de batente ou encosto.

Por enquanto estou satisfeito...
Bange
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Mensagem por Bange »

Ôpa, eu esqueci de abrir e mostrar o sensor da temperatura para a ECU...aí vai...

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Aqui ele já degolado, mas ainda inserido no corpo

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Já retirado, onde podemos ver o NTC envolto em pasta térmica...é silício sim...

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Reparem que a parte mais importante é a ponta do componente, que é onde fica o NTC, não havendo necessidade de se "encher" de pasta... e por falar em pasta, ela não está ressecada não e talvez o componente não esteja defeituoso, mas certamente a tolerância é bem grande, o que justifica a tal diferença de 4°C em relação a peça nova.
Quanto menor o valor da tolerância, maior a precisão...NTC's são fabricados com precisões que vão desde 0,1% até 10%... um NTC com 5%, calculadamente para uma temperatura de 100°, poderá apresentar uma variação de 95° a 105°... qualquer valor dentro desta faixa não pode ser considerado errado, pois está dentro da tolerância do componente... perceberam?

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Não sei se dá pra ver direito, mas existe um tubo de Mica, que protege os compridos terminais do NTC, isolando-os para não fechar curto com a carcaça

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Aqui eu retirei a pasta pra verificar alguma informação adicional do NTC, mas devido a ele ser orientado a indústria, não há indicação nenhuma...uma pena...

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Na foto acima eu mostro como um NTC é apresentado para o consumo direto, onde algumas inscrições, códigos escritos ou até de cores, permitem que se busque informações do tipo tempo de resposta, tolerância, precisão etc...
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sousaman
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Mensagem por sousaman »

Bange,

Muito bacana suas explicações.

Grande tópico que contribui conosco aqui no CC.

Abraços!
CC 20 ANOS - MAIOR SITE DE INFOS SOBRE CORSA DO BR! :shock:
NÃO ABANDONE O ZAP, INXTA E FOFOCABOOK, MAS PESQUISE ANTES DE POSTAR. AS RESPOSTAS ESTÃO AQUI. 8) ELEVE O PADRÃO NO PAPO DE BOTECO :agrue:
ENCONTROS? PROCURAMOS ESPAÇO! :cry:
Bange
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Mensagem por Bange »

Valeu sousaman...

Pra finalizar este tópico, se que tem um fim, pois sempre tem algo a acrescentar-se...fiz um vídeo que mostra na prática como ficou o sistema de arrefecimento com o kit verão e alarme (visual ainda...).

O vídeo está subindo no Youtube, mas já tenho o link...

http://youtu.be/YoiLWI6SBfY

Não é uma produção Hollyoodiana e nem o ator é um Brad Pitt, mas acho que ficou razoável...
nunesclj
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Mensagem por nunesclj »

Parabéns pelo vídeo Bange, só reparei que a 1ª velocidade do seu Corsa tá acionando muito tarde se comparado ao meu , em que 1ª vel. aciona quando o ponteiro da temperatura passa um pouquinho da marcação dos 90ºC, e a 2ª aciona quando o ponteiro bate na marcação de 95ºC, exatamente onde no seu aciona a 1ª vel.
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