No Brasil, GM aposta em novos carros; nos EUA, em bactéria

[Eduardo Sauner]

Dois chefões da General Motors afirmaram que 2008 será um novo ano difícil para a companhia, que em 2007 pode ter perdido o posto de maior do mundo no setor para a japonesa Toyota e, no Brasil, vendeu menos carros que a Fiat e a Volkswagen. Mas adiantaram alguns planos específicos para o mercado nacional.

O atual presidente da unidade verde-amarela da companhia, o colombiano Jaime Ardilla, disse que seu desejo é ver a GM local "crescer muito rápido". Uma das medidas para ajudar nessa empreitada é a instalação, já neste ano, de um centro de distribuição de veículos importados em Pernambuco, para receber no Porto de Suape a produção de fábricas da companhia no exterior.

A GM também promete uma nova família de veículos (ou seja, algumas versões de um mesmo modelo, como é o caso do Celta, um hatch, e do Prisma, um sedã). Isso deve acontecer em 2009, com produção dividida entre a unidade de São Caetano, na Grande São Paulo, e Rosário, na Argentina.

Ardilla disse ainda que a GM colocará modelos do México no mercado nacional, e praticamente confirmou a chegada do SUV Captiva. São casos em que a empresa se beneficia de acordos tarifários com esses dois países. Por fim, ficou no ar a possibilidade de a GM importar para o Brasil veículos da Cadillac (marca que pertence ao grupo).

Bactéria energética
O presidente mundial da GM, Rick Wagoner, disse que "de modo geral" a empresa vai bem, e que seus resultados financeiros devem voltar a ser bons -- mas que não se sabe quando isso acontecerá. Wagoner já dirigiu a GM do Brasil.

Para ele, a indústria automotiva vive um momento de mudanças, devido à pressão do preço do petróleo e a necessidade de preservar o meio ambiente.

Neste domingo (13), no Salão de Detroit, a GM anunciou que comprou participação numa empresa de biocombustível, a norte-americana Coskata, a qual patenteou uma bactéria que pode ser capaz de transformar diversos tipos de resíduos -- inclusive inorgânicos -- em etanol.

A meta é, em 12 anos, substituir cerca de 30% da gasolina gasta nos Estados Unidos por etanol. Por isso Wagoner defende a mistura E85 -- 85% de etanol e 15% de gasolina, ainda muito rara nos EUA. Por outro lado, isso indica que a produção de veículos elétricos ou com célula de combustível viáveis comercialmente pode estar ficando mais distante.

Fonte:
http://noticias.uol.com.br/carros/ultno ... 02u12.jhtm